domingo, 17 de março de 2013

Hora de agradecer!!! Quando nos pegamos no braço houve silêncio consentido, fogo embutido, jogo de seduzido. Quando nos pegamos no rosto, o sabor do silêncio daquilo que já estava exposto. Quando nos pegamos de fato, assim, na hora do ato, fomos aquilo que somos, os mais loucos no tato. Quando nos encostamos as bocas, salivas, palavras roucas, fomos o ato mais sincero. Quando encostamos os peitos, um meio torto o outro assim, perfeito, fomo os batimentos assimetrados. Quando trocamos as posições, cantigas, olhares-canções, fomos assim, por instante, meio lindos, meio rompantes. Quando as estrelas abertas, nas tuas costas, de contas certas, fomos a mais linda soma de cinco mais dois. Dois... UM!! E fomos assim, um do outro. Obrigado pelo reencontro. Encontro marcado pelas estrelas. Tantas..todas. Vivas!!! Como vivo é esse meu desejo de viver, depois de te ver partir.

Toque de Leve

Leva com teu riso uma parte do meu. Leva com teu corpo meu silêncio que é teu. Leva tuas costas estreladas que animam meu eu. Leva uma parte do que fica e ninguem esqueceu. Leva minha gratidão sincera. Minha boca. Quimera. Que tão inteira te pertenceu. Leva, mas, volta! Pois aqui levado por ti estou eu.

segunda-feira, 5 de março de 2012

RELAÇÕES


RELAÇÕES

Pais( GAYS) registram filha biológica fertilizada in vitro.

Esse foi um dos temas de maior discussão dos últimos dias na mídia brasileira.
Seria mais um caso já conhecido das possibilidades das benesses da medicina se os dois em questão não fossem do mesmo sexo. E o que há de novo nessa situação?
Já sabemos das inúmeras famílias novas, registradas pelo IBGE e acadêmicos das universidades do Brasil e do mundo, onde o perfil dito como normativo dominante é tomado por novas e crescentes variações, pontuando, acentuadamente, o crescimento das relações estáveis da homoafetividade em âmbitos cada vez mais abertos e, em certo modo, públicos.
Gerados pela aceitação pessoal, estabilidade financeira e de sociabilidade coletiva, mesmo com tantos casos evidentes de crescente e pungente homofobia, os ditos iguais se pontuam como casal no cerne da história atual. Sem camuflagens. De cara limpa e aberta.
A família nova em questão é, antes de tudo, um ponto central na questão que quero levantar.
Mesmo com crescente ampliação de sociabilidade, os pais da garota registrada, filha biológica de um dos homens dessa nova família, viraram motivo de intrigas, picuinhas midiáticas e exposições amplificadas. Exposição esta, que favoreceu, em contrapartida, a discussão a cerca do constituir uma família, movida exclusivamente por afetos. E é dele que encontro comoção.
Afeto, segundo o dicionário online de português é: s.m. Disposição de alma, sentimento.
Amizade, simpatia: nutria por mim um grande afeto.
Psicologia, Aquilo que age sobre um ser: a sensação é um afeto elementar.
Portanto, é, da disposição de alma, da amizade e simpatia que o casal se constituiu como elemento da construção de uma afetividade.
Em universo paralelo, onde o sexo fácil, rápido, gerido por liberdades associativas com o prazer hedonista, é levado às coxas em demasia, e o gay masculino, em especial, torna dessa premissa uma virtude, galgando prazeres múltiplos em todos os lugares das suas possibilidades físicas e mentais, um casal afeito à empatia cúmplice é, de fato, um caso à parte. Um ponto quase único no mundo homoafetivo.
Quer dizer que não há afetividade e afeto no mundo gay masculino e essa família nova é um pingo no Oceano? Sim e não.
Sim, quando da visão de pessoas que ignoram suas realidades construídas de relações estáveis em busca de interesses pessoais, ora na internet, ligando-se à performances múltiplas, com o próximo tão próximo que é o outro, esteja este outro na cidade, bairro, região ou mesmo até há quilômetros de distância.. o que é a França, Grécia ou Rússia diante da facilidade com o click do dedo? O dedo que manipula o mouse é o mesmo que manipula o prazer.
Ora,nas ruas, becos e praças, bares e rodas de amigos, onde o corpo do outro é o estímulo, o alavanque para o sentir, não afetos, mas, prazeres.
Prazeres que geram prazeres, mas, não, no todo, afetos... afetividades.
E os afetos também podem ser aferidos do prazer. Os partidários do poliamor estão em crescente manifestação e mostrando que isso é possível.
O poliamor é, antes de tudo, um conjunto de relações de afetos.Mesmo na liberdade do ficar, ter e ser quem você quiser.
Os acordos são outros. Previamente trabalhados e aplificados. Nunca, camuflados em interesses pessoais, apenas.
O Não, quando da existência de outros tantos que ainda desejam ter famílias iguais
as da Maria de Pernambuco, Iguais, na afetividade, no afeto, não necessariamente, no modelo do exemplo. Que ainda acreditam e retrabalham valores, sentimentos, anivérsários e celebrações duplas-triplas-quadrúpulas entre si. E que lutam por uma relação modular, pontuada no gostar, no querer bem, acima dos interesses individuais.
Que o exemplo do casal não seja alvo apenas de mais um caso de discriminação.
Que traga aos do SIM e do NÃO, uma reflexão intensa sobre os sonhos, desejos e práticas, coletivas e indivuais afim de novos outros tantos registros em cartórios aconteçam. Brasil e vida à fora.

FERIDA

No prato,Fogo.

Na boca, Fogo.

Na língua, Fogo.

Na cabeça, OCO.

PRATO


No prato apenas o fogo, que não foi fátuo.

Há dias que olhamos por baixo.

Outros por cima.

Há ainda o tempo que olhamos além, adiante!!!

No meio do caos ainda vem o porvir.